quinta-feira, dezembro 31, 2009

Crise, consumo e as taxas de juro

Durante mais de um ano se falou muito sobre o endividamento dos portugueses, sobre a falta de poupança, situação agravada pelo aumento das taxas de juro.
Com a crise financeira, a corda apertou e os Portugueses começaram a poupar mais. As taxas de juro Euribor baixaram de cerca de 5% para menos de 1% num ano como resposta à crise. Com este novo cenário os Portugueses voltaram a ter um aumento de tesouraria, pois as prestações aos bancos baixaram quase para metade. No entanto em vez de utilizarem esse extra para poupança ou para amortizações dos créditos, continuam a pedir novos créditos para aproveitar os baixos juros.
Esta situação é grave, pois os spreads que os bancos cobram actualmente são muito altos para se precaverem dos riscos de incumprimentos e além disso as baixas taxas de juro são conjunturais. Dentro de um ano segundo as previsões do BCE as taxas de juro estarão a 1,9% (euribor a 6 meses), o que corresponde ao dobro das actuais. Esta situação acarretará mais cerca de 50 euros mensais num empréstimo de 100.000 euros a 30 anos. Estes aumentos continuarão pelo menos até aos 4%. É necessário que as pessoas percebam que o preço do dinheiro está em valores mínimos históricos e que esta situação é transitória. Não podemos trabalhar com base no melhor cenário, mas sim sermos realistas. Esta situação agrava-se ainda mais com a instabilidade no emprego e o endividamento externo e défice público, que provocam o aumento do custo do dinheiro.

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