sábado, abril 26, 2008

Crise nos Combustíveis


Este é um assunto que está sempre actual, pelo menos nos últimos dez anos. Cada vez que vamos à bombas o combustível está mais caro,ou cada vez colocamos menos litros com os mesmo valor. Onde isto nos levará? Parece-me uma pergunta que se impôe.

Basta recuarmos uns anos para se recordarmos de preços cerca de um terço dos actuais. O mundo estará louco? Não, não me parece, trata-se simplesmente da lei da oferta e da procura. Com o crescimento dos países imergentes, particularmentos os BRIC, a demanda de combustível aumentou significativamente. Imaginem a China com 1,3 mil milhões de habitantes, quando deixarem as carroças e começarem a possuir um automóvel. Trata-se de um quinto da população mundial e o mesmo passa-se também com a Índia, Russia e Brasil. Com o aumento da procura o mais lógico seria aumentar a produção para baixar os preços, o problema está mesmo neste ponto, a produção já atingiu o seu pico, não sendo possível aumentar mais. Países como a Aurábia Saudita, Iraque, Irão ou Noruega já atingiram o os valores máximos de produção e a partir daqui vai ser sempre a cair. Os maiores poços em exploração na actualidade foram descobertos antes de 1940, época em que as técnicas de prospecção eram ainda pouco sofisticadas. Isto leva-nos a pensar que apesar dos radares e de toda a tecnologia é cada vez mais difícil encontrar novos poços de petróleo.

Hoje é concensual que os combustíveis fósseis (petróleo e gaz natural) irão acabar neste século, talvez ainda durante a a primeira metade. Mesmo antes de acabar os preços serão proibitivos dada a cada vez maior escassez de petróleo versus a cada vez maior procura. Parece que estamos a chegar a um beco sem saída.

Se falarmos em alternativas, as coisas não são muito animadoras:

Hidrogénio: demasiado fino e de produção muito dispendiosa. A técnologia dos automóveis para usar este combustível teria que ser muito cara. Os veículos seriam autênticas bombas rolantes devido ao alto poder explosivo e dificuldade de contenção de fugas.

Eléctrico: è uma solução parcial para os veículos pessoais para viagens curtas (locais), mas não é viável para grandes distâncias (> 100 kms). As pessoas teriam que abrir mão de automóveis de elevadas potencias e autonomias por automóveis de baixas potências e autonomias.

Biodiesel: é uma das energias alternativas mais faladas nos últimos anos, com países como o Brasil a apostar forte. Não vejo que seja uma verdadeira alernativa quando se massificar o consumo, pois seria necessário utilizar milhões de hectares de solo fértil necessário para a Agricultura. Teriamos um grave dilema moral, que seria os depósitos dos automóveis a competir com as bocas dos famintos. Isto já sem falar dos impactos no solos, pois as plantas como a Jotrofa e Jojoba são altamente consumidoras dos nutrientes dos solos.

Nuclear/Fusão Nuclear:
são tecnologias de ponta e que dificilmente serão incluidas em veiculos de transportes. Poderão ser úteis para a produção de energia eléctrica, mas não são a solução para veículos, por um lado devido à sua complexidade e por outro devido à segurança.

Reutilizaveis (Éolica/Solar/Hidrica):
são já energias bastante utilizadas na produção de energia eléctrica, sendo no entanto na generalidade de baixa produção e não utilizáveis directamente em veículos de transporte.

Em resumo actualmente não se vislumbra nas próximas décadas nenhuma solução, nenhuma alternativa aos combustíveis fósseis. Se não houver nenhum milagre técnológico, poderemos regredir décadas e a população mundial poderá diminuir para 10% da actual. Péssimismo, talvez não.

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